SaMi-Trop

Estudando doenças negligenciadas, com foco na Doença de Chagas.

PROJETOS - SaMiTrop

Os projetos em andamento do SaMi-Trop possuem três objetivos principais. O primeiro, é melhorar as estratégias de diagnóstico, acesso aos cuidados de saúde e tratamento na Doença de Chagas (DC). Para o alcance desse objetivo existem dois objetivos específicos, são eles:

1) Realizar triagem aprimorada de pacientes com DC usando ferramentas de saúde digital e inteligência artificial (IA). Para isso, será desenvolvida e validada uma IA capaz de identificar alterações compatíveis com DC no Eletrocardiograma (ECG). A partir das alterações identificadas pela IA gera-se um alerta no laudo do ECG para vigilância epidemiológica da Unidade Regional dos municípios participantes, informando que foram identificadas alterações de ECG compatíveis com DC e orientação de solicitação de sorologia para confirmação de caso. Este projeto incluirá 54 municípios da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros, Minas Gerais e 53 municípios da SRS de Divinópolis, Minas Gerais.

2) Elaborar estratégia de implementação de uma intervenção de tratamento antiparasitário ao nível dos cuidados de saúde primários. Para a implementação das intervenções serão realizadas em três fases: 1° fase (Pré-implementação): levantamento das barreiras e facilitadores para o rastreio, diagnóstico e tratamento da DC na atenção primária à saúde (APS). Para identificação das barreiras e facilitadores realizou-se grupos focais e entrevistas com os profissionais da saúde da APS. Após a identificação das barreiras, realizou-se uma plenária, para selecionar as estratégias/soluções para as intervenções; 2° fase (Implementação): implementação das soluções das barreiras e problemas identificados; e 3° fase (Pós-implementação): Avaliação das soluções implementadas através de indicadores. Este projeto de implementação ocorrerá em três municípios de Minas Gerais, são eles: Francisco Dumont, Verdelândia e Nova Serrana.

 

O segundo objetivo principal, é avaliar a inflamação miocárdica como um marcador substituto da resposta clínica. O dano ao tecido do miocárdio avaliado com as técnicas de imagem cardíaca mais recentes pode ser considerado um marcador substituto do envolvimento da doença e, portanto, útil para validar a eficácia de biomarcadores mais acessíveis e para melhor compreender o efeito do tratamento etiológico. Uma coorte de pacientes infectados cronicamente será avaliada antes e após o tratamento etiológico, com um protocolo de imagem cardíaca abrangente, juntamente com um amplo painel de biomarcadores de plasma de inflamação e teste de anticorpos contra o T. cruzi.

 

Já o terceiro objetivo, é realizar a validação de biomarcadores de cura em uma coorte de pacientes. Levando em consideração a necessidade urgente de identificar biomarcadores para avaliar a cura e progressão da DC, e a baixa taxa de progressão clínica dos pacientes, planejamos construir uma coorte prospectiva, longitudinal, aberta e multicêntrica de pacientes com DC tratados com qualquer medicamento tripanomicida a ser seguido durante 3 anos. Juntamente com os dados existentes da coorte histórica do SaMi-Trop de pacientes não tratados, acompanhados por uma média de 10 anos, validaremos qualquer biomarcador promissor descoberto no objetivo 2. Portanto, planeja-se estabelecer um grande registro de 1.450 pacientes previamente tratados com benzonidazol e coletar uma amostra no dia da inclusão e acompanhá-los para uma segunda coleta de dados após três anos de acompanhamento.